Como surgiu o Carnaval?

Amado pelo Brasil e apreciado mundialmente, o Carnaval não nasceu aqui. Confira como surgiu o Carnaval e suas influências!

Apesar de ser conhecido mundialmente, o Carnaval brasileiro não é a única celebração dessa tradicional festa popular. Ela é comemorada em diferentes lugares no mundo e está ligada ao cristianismo.

A palavra carnaval tem origem no latim carnis levale, que significa retirar a carne. Assim, esse sentido remete ao jejum que é realizado durante a Quaresma, assim como ao controle dos prazeres carnais. Por essa razão, mostra a tentativa da Igreja Católica de controlar o desejo dos fiéis.

Para saber mais sobre esse feriado tão celebrado no Brasil, confira como surgiu o Carnaval!

Origem do Carnaval

Muitos afirmam que a origem do Carnaval está no cristianismo, uma vez que tem ligação com a Quaresma, porém, há como traçar influências de festas na Antiguidade.

Na Babilônia, houve duas festas que poderiam ser relacionadas à forma como comemoramos o Carnaval. Uma delas é chamada Sacéias, em que o prisioneiro assumia a figura do rei. Nesse período, ele poderia comer, beber e vestir-se como o rei, assim como deitar com suas esposas. Em seguida, era chicoteado e enforcado ou empalado.

Outro rito ocorria no ano novo na Mesopotâmia, próximo ao equinócio da primavera. Realizado no templo do Marduk (deus mesopotâmio), o rei perdia seus emblemas e era surrado na frente da estátua do Marduk. A humilhação mostrava a submissão do rei para a divindade.

Ambas as práticas invertem os papéis sociais, ideia presente no Carnaval atual. Já as práticas sexuais são derivadas das atividades greco-romanas, como os bacanais, para os romanos, e festas dionisíacas, para os gregos.

Essas festas eram dedicadas ao deus Dionísio (grego), ou Baco (romano), e eram marcadas pela embriaguez e entrega aos prazeres da carne. Havia, também, a Saturnália e a Lupercália, em Roma. A primeira ocorria no solstício do inverno, em dezembro, e a segunda em fevereiro, mês das divindades infernais e purificações.

As festas duravam dias, com bebidas, comidas e danças, também com os papéis sociais invertidos.

Carnaval e Cristianismo

Com origens pagãs e extremamente populares, o Carnaval não foi bem visto pela Igreja Católica. Assim, a entrega aos prazeres da carne era repreendida, como também a inversão dos papéis, uma vez que implica a inversão de Deus e o demônio.

Por isso, a instituição religiosa procurou ressignificar as comemorações, criando a Quaresma, período de 40 dias antes da Páscoa caracterizada pelo jejum.

A Igreja destinou o período de Carnaval como um momento em que as pessoas poderiam explorar seus excessos antes das datas religiosas, como Páscoa e Natal. Com o tempo, as festividades concentraram-se nesse período e ganharam o nome carnis levale.

Carnaval na Europa

Carnaval Europa
Carnaval de Veneza

Durante o período de Carnaval, na Europa Medieval, quando a terra estava fértil para a agricultura, os homens se fantasiavam de mulheres e saíam às ruas de noite. Afirmavam serem habitantes da fronteira entre o mundo dos vivos e o dos mortos e invadiam as casas. Além disso, furtavam bebidas, comidas e assediavam as moças.

Durante o Renascimento, surgiram os teatros italianos improvisados, a commedia dell’arte, que foi popular até o século 18. Na cidade de Florença, músicas foram escritas para acompanhar os desfiles com carros decorados, os trionfi.

Já em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, que consistia em uma capa com capuz preto, que cobria os ombros e cabeça, assim como um chapéu de três pontas e uma máscara branca.

Dessa forma, o Carnaval tinha como lógica o mundo completamente fora do comum, invertido e sem restrições, e assim seguiu para a era moderna. No século 16, houve tentativas de controlar as festas, motivadas por controle social, conflitos religiosos ou conservadorismo.

Carnaval no Brasil

Carnaval no Rio de Janeiro
Carnaval no Rio de Janeiro

O Carnaval teve início no Brasil durante o período colonial, com a influência portuguesa. Sendo assim, uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, brincadeira portuguesa praticada pelos negros escravizados.

A brincadeira consiste em sair às ruas sujando as pessoas com lama, urina e demais substâncias. Também, a tradição poderia ser praticada em ambientes privados e com substâncias como café ou farinha. Assim, o entrudo foi proibido em 1841, apesar de ter sido praticado até o século 20.

Aos poucos, foram surgindo os cordões, ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Os ritmos de afoxés, frevos e maracatus também criaram a tradição cultural carnavalesca brasileira. Dessa maneira, o Carnaval no Brasil recebeu forte influência africana e indígena.

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