Animais em extinção na Floresta Amazônica
Confira quais animais estão em extinção na Floresta Amazônica, os motivos e ações que estão sendo tomadas.
Você sabe o que significa animal em extinção? Isso quer dizer que, dentro de alguns anos, alguns animais simplesmente nunca mais serão vistos. Araras-azuis, papagaios, tamanduás-bandeira, por exemplo, correm o risco de desaparecer de uma vez por todas do planeta Terra.
O Brasil é um dos países que apresenta maior diversidade biológica do mundo. Mais de 20% de tipos de plantas e animais do planeta compõem a Floresta Amazônica, cuja maior parte se encontra em território brasileiro. O mesmo Brasil também lidera o ranking de espécies aviárias em extinção.
O desmatamento, as queimadas, a caça e pesca ilegal têm contribuído para que a situação dessas espécies esteja cada vez mais comprometida. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apenas no período de agosto de 2018 a julho de 2019, o desmatamento da Amazônia cresceu em 30%.
Por que esses animais estão em extinção?
A extinção é um processo natural que leva um animal ao desaparecimento de seu ecossistema. Isso acontece devido a catástrofes naturais, como aconteceu com os dinossauros, por exemplo, ou até mesmo pelo surgimento de um predador ou competidor mais eficiente.
No entanto, o homem tem acelerado muito esse processo, que deveria ser natural. Somente nos últimos meses, mais de 1 bilhão de árvores foram tombadas na Amazônia. A atividade agropecuária avança a cada dia sobre a floresta, invadindo o habitat dessas espécies.
Os rios estão sendo ameaçados pela construção desenfreada de hidrelétricas. Garimpo, invasões e roubo de madeira continuam assolando terras indígenas e unidades de conservação. Áreas da floresta estão sendo vendidas via leilão para empresas explorarem petróleo e gás natural.
Como se não bastasse, ainda há o contrabando de animais silvestres e a extração inadequada de diversos tipos de plantas e animais.
Você sabe o que é contrabando?
O contrabando, ou seja, tráfico de animais silvestres, é a retirada desses animais de seu habitat com objetivo de comercializá-los. Considerada a terceira maior atividade ilegal do mundo, a prática é responsável por tirar da natureza 38 milhões de animais silvestres do Brasil por ano.
Os países com maior variedade de espécies animais, como o Brasil, são os preferidos pelas quadrilhas e organizações criminosas, tanto para exportação quanto para o comércio nacional.
A maioria desses animais capturados ilegalmente são vendidos aqui mesmo no país. A outra parte abastece os mercados internacionais. Podemos dizer que de cada 100 animais, 70% são comercializados no Brasil.
Tido como um importante fornecedor para o tráfico internacional, o Brasil passou a se destacar também pela importação ilegal de espécies.
Se você está se perguntando “Por quê?”, “Com qual finalidade?”, confira como o tráfico de animais é tipificado por quatro vias:
- Animais para colecionadores particulares: quanto mais raro o animal, maior seu valor no mercado;
- Animais para fins científicos: algumas espécies fornecem substâncias químicas que servem como base para pesquisas e produção de medicamentos;
- Animais pet: animais para convivência doméstica. É a modalidade que mais incentiva o tráfico de animais silvestres no país;
- Produtos de fauna: couros, peles, penas, garras e presas são vendidos para o mercado de moda e souvenir para turistas.
Apenas no Brasil, 38 milhões de animais são retirados da natureza por ano. Sendo assim, a caça para subsistência ou comércio ilegal é a segunda principal ameaça à fauna brasileira, após a perda do habitat.
Quais são os animais em extinção na Floresta Amazônica?
Alguns animais já foram extintos e nunca mais poderão ser encontrados na natureza. Dentre eles, estão: o tigre-do-cáspio, o antílope-azul, a quagga, o cervo-de-schomburgk, entre outros. Alguns outros, comuns entre nós, podem ter o mesmo fim. Confira abaixo alguns exemplos de animais da Floresta Amazônica que apresentam risco de extinção.
Arara-vermelha
Encontradas próximas a rios costeiros margeados por florestas, as araras percorrem desde a Amazônia, até o interior do Paraná. Sua principal alimentação são sementes com polpas, encontradas nas copas das árvores e nos arbustos. A arara-vermelha grande, provavelmente já extinta, está desaparecida de suas respectivas áreas de distribuição. Já as menores, correm o mesmo risco.
Essa espécie é encontrada na Amazônia e no Pantanal. Está sob ameaça do tráfico de animais, caça ilegal e desmatamento. Seu principal atrativo aos caçadores são suas penas, que possuem alto valor comercial. A arara-azul-de-lear, habitante do nordeste baiano, tem apenas 228 exemplares em idade reprodutiva.
Peixe-boi-da-amazônia
É um mamífero aquático considerado o menor dos peixes-bois. Encontrado nos rios e lagos de água doce na Amazônia, está classificado como vulnerável pelo Livro Vermelho do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), de 2016. O principal motivo do risco de extinção é a caça para utilização de sua carne e gordura.
A ariranha é uma espécie de lontra gigante, conhecida também como onça-d’água em alguns locais. Classificada como de risco vulnerável de extinção, a ariranha vem sofrendo muito com a caça ilegal. Em alguns biomas, é considerada um animal com alto risco de extinção.
Onça-pintada
Encontrada na Amazônia e no Pantanal, é considerada o maior felino das Américas. O desmatamento, a caça predatória e a fragmentação das populações são as principais ameaçadas de extinção da onça-pintada.
Uacari
O uacari é uma espécie de primata que tem origem na Venezuela, mas vive na Floresta Amazônica. Estima-se que a população total desta espécie seja de 10 mil indivíduos adultos. O uacari é alvo de caça ilegal e também de indígenas.
Macaco-prego
A diminuição de sua população vem causando alerta nos pesquisadores, que apontam um declínio de mais de 30% dos indivíduos. O macaco-prego está classificado como vulnerável para risco de extinção, segundo o Livro Vermelho do ICMBio.
O tamanduá-bandeira não é endêmico do Brasil, mas pode ser encontrado em todos os biomas brasileiros, inclusive na Amazônia.Também conhecido como papa-formigas, vem sofrendo com o desmatamento e a diminuição de seu habitat, o que torna um agravante para sua sobrevivência.
Caiarara
O caiarara é endêmico do Brasil e vive nos estados no Maranhão, Pará e principalmente na Floresta Amazônica. O tamanho de sua população vem diminuindo com o passar do tempo. Pesquisadores estimam que atualmente o número de indivíduos maduros seja pouco maior de 10 mil.
Boto-cor-de-rosa
Encontrado especialmente nos rios da bacia Amazônica, é considerado o maior golfinho de água doce. A população desta espécie vem diminuindo com o passar do tempo, principalmente devido à construção de hidrelétricas.
Ações que vêm sendo tomadas
Desde 2000, as equipes da Renctas, instituição sem fins lucrativos, elaboram ações e estratégias contra o comércio ilegal da fauna brasileira, produzindo dados e diagnósticos sobre a prática e capacitando forças de fiscalização.
Há mais de 30 anos, a associação SOS Amazônia, criada por Chico Mendes, professores e militantes das causas ambientais, têm lutado contra o desmatamento da Amazônia. Por meio da associação, 50.000 hectares de florestas foram manejadas e conservadas e 40.000 filhotes de tartaruga foram entregues à natureza.
O movimento é sem fins lucrativos, não recebe ajuda estatal e funciona por meio de doações.
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