Ciganos

Os ciganos são povos nômades que habitam diversos países do mundo.

Os ciganos são constituídos por meio de um grupo de pessoas que vivem de maneira nômade, isto é, não se fixam em nenhum lugar.

Eles se dividem em clãs que, inicialmente, se locomoviam pelos continentes asiático e europeu. É importante destacar, que os ciganos não formam um povo homogêneo e único, por isso, eles se dividem em várias etnias.

Ao longo de sua existência, eles foram duramente marginalizados em razão do seu modo de vida, inconcebível para os europeus.

Durante o Holocausto, eles sofreram intensamente com o regime nazista, que exterminou milhares de povos considerados inferiores aos alemães. Os ciganos estavam entre estes povos.

Embora considerados nômades, muitos ciganos vivem atualmente em casas permanentes.

Origem dos ciganos

A origem dos ciganos remonta ao continente asiático, mais especificamente ao norte da Índia. No entanto, atualmente, eles habitam principalmente os países da Europa: Eslováquia, Romênia, República Tcheca, Bulgária, Sérvia e Hungria.

Estima-se que existam aproximadamente de 8 a 10 milhões de ciganos no continente europeu. A primeira fonte histórica que comprovou a existência desses povos na Europa foi um documento encontrado na Espanha, no início do século XV.

Nele, os ciganos pedem permissão para peregrinar no território espanhol até Santiago de Compostela, cidade que seria o ponto final da viagem.

Ciganos

Ciganos no Brasil

Deduz-se que os primeiros ciganos a habitarem o território brasileiro tenham vindo com os portugueses no século XVI.

O governo português via nos seus domínios ultramarinos uma forma de se livrar desses sujeitos que eram considerados incompatíveis com a sociedade europeia.

Com isso, eles se fixaram em todo o país, principalmente no estado da Bahia. Hoje, existem três grandes grupos ciganos no Brasil:

  1. Caló: originários da Espanha e Portugal;
  2. Rom: oriundos do noroeste do subcontinente indiano;
  3. Sintis: provenientes do sudoeste do Paquistão.

De acordo com dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, habitavam cerca de 800 mil ciganos no país, sendo que a maioria se estabeleceu de modo fixo em alguma região.

Além disso, de acordo com o mesmo Instituto, existem vários assentamentos ciganos no Brasil, com cerca de 290 municípios brasileiros comportando esses grupos.

Eles se fixam principalmente nos estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás.

Ciganos
Assentamento da comunidade cigana Calón, próxima a Brasília.

Cultura cigana

Por serem povos nômades, a cultura cigana foi formada a partir da incorporação de costumes e hábitos dos locais em que se instalavam. Entretanto, ela possui alguns traços específicos.

Os ciganos desempenham atividades econômicas que poderiam ser exercidas em qualquer lugar do mundo. Sendo assim, os homens são comerciantes, ferreiros, cuidadores de gado e cavalo, entre outros ofícios.

Já as mulheres ciganas concentram seus esforços no trabalho doméstico. Muitas também são rendeiras, costureiras e artistas. Além disso, elas se dedicam à leitura de baralhos e das mãos de pessoas que anseiam desvendar o próprio futuro.

Os ciganos, de modo geral, valorizam o clã e a fidelidade à família. Por isso, é comum que eles se casem entre si, como forma de manter os costumes e a tradição.

Ciganos

Língua cigana

A língua desenvolvida pelos ciganos é o romani ou romanês. É uma língua ágrafa, isto é, não tem escrita, por isso, é ensinada de forma oral.

Existem etnias que reproduzem o idioma com desenvoltura, entretanto, há outras que conseguem enunciar algumas palavras.

As pessoas não ciganas não podem aprender esta linguagem que é direcionada somente a este povo. Contudo, com o advento da internet, tal impedimento começa a dar sinais de desgaste.

Religião cigana

Os ciganos não possuem uma religião específica. Com isso, eles trabalham a espiritualidade por meio de princípios e crenças. Não existe a figura central de um deus, deuses ou hierarquia religiosa.

Eles costumavam adotar a religião da região em que se fixavam, por isso, existem ciganos na umbanda, na igreja evangélica e na católica, no islamismo e no espiritismo.

Os ciganos seguidores do catolicismo, costumam cultuar a Santa Sara de Kali, mulher que teria sido acolhida por ciganos na França. Em algumas religiões de matriz africana existem as entidades ciganas, que são incorporadas por médiuns.

Dança cigana

A dança cigana ganhou força na Espanha, quando os ciganos bailavam em seus acampamentos embalados por instrumentos musicais, palmas e cantos. Ela é desenvolvida tanto por mulheres quanto por homens.

Ciganos

A dança cigana possui características bastantes específicas, como a sensualidade, expressividade e força. Todo o corpo é embalado pelos movimentos.

As mulheres costumam dançar descalças e vestidas com longas saias e enfeites nos cabelos, pescoços, punhos e dedos.

Entre as danças ciganas, o flamenco é a mais conhecida em todo o mundo.

Ciganos
Dança cigana.

Estereótipo, preconceito e perseguição

Estereótipos

Os ciganos são vítimas de inúmeros estereótipos. O principal deles é que os ciganos eram vistos como pessoas que roubavam crianças.

Existem lendas que dizem que bebês sumiram após a passagem dos ciganos pela região. É importante destacar que todo povo marginalizado sofria com acusações desse tipo.

Outra impressão distorcida é a de que os ciganos possuem uma característica nata: roubar e mentir. Dentro dos grupos existem códigos rígidos que impedem a ocorrência de tais ações.

Preconceito

Os ciganos eram povos que sofriam duras perseguições no continente europeu. Tal costume passou a ser visto no continente americano.

O estilo de vida levado por eles era visto como incompatível com o homem europeu. O nomadismo e a ausência de leis escritas eram elementos vistos como negativos. Além disso, a prática de leitura de cartas e das mãos era vista com maus olhos pela Igreja Católica.

Existiam inúmeras histórias que classificavam este povo como ladrão e trapaceiro, como se tais características fossem exclusivas a eles.

Perseguição

Os ciganos sofreram algumas perseguições históricas, como durante o processo de formação das Monarquias Nacionais no continente europeu, quando todas as pessoas que não eram católicas foram expulsas da região.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), eles foram duramente perseguidos e presos em campos de concentração e extermínio. Estima-se que 250 mil ciganos tenham morrido durante este episódio.

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