A citologia, também chamada de biologia celular, é um ramo da ciência que estuda as células, seu funcionamento e estrutura.
Essa é uma área importante dentro da Biologia já que as células são a menor parte de um ser vivo e pode ser utilizada para diferenciar seres animados de inanimados.
O nome célula, do grego kytos, que significa “célula”, e do latim cella, que significa “espaço vazio”, foi usado pela primeira vez em 1665 por Robert Hooke.
Ele investigava a cortiça, um tecido vegetal morto com auxílio de um microscópio rústico composto apenas por duas lentes.
Hooke observou que a cortiça parecia um favo de mel com várias minúsculas câmaras vazias e deduziu que fossem apenas as paredes das células que restaram após a morte do tecido.
Cerca de 20 anos depois da descoberta de Hooke, Anton van Leeuwenhoek utilizou um microscópio um pouco mais moderno e percebeu a existência e complexidade de organismos formados por uma única célula.
Durante dois séculos a citologia ficou restrita a pesquisadores que possuíam microscópios. Apenas no século XIX os estudos sobre as células foram aprofundados e surgiu a teoria celular.
Teoria celular
Todos os organismos vivos, com exceção dos vírus, possuem a célula como estrutura que é responsável tanto pela constituição quanto pelo funcionamento do corpo.
Nos organismos unicelulares, a célula é o próprio indivíduo. Nos pluricelulares, elas são organizadas em níveis complexos e formam tecidos, órgãos e sistemas.
Essa teoria de que todos os seres vivos, menos os vírus, são formados por células foi proposta pelo botânico Mathias Schleiden, em 1838, e pelo zoólogo Theodor Schwann, em 1839.
A teoria celular foi aplicada na embriologia, em 1841, por Kölliker, e só então o espermatozoide e o óvulo foram reconhecidos como células que se fundem para formar um zigoto que dará origem a uma nova vida.
Somente em 1855, o médico Rudolf Virchow sugeriu que as células não surgiam ao acaso por geração espontânea e, sim, de outras preexistentes.
O conceito de mitose que descreveu o processo de divisão das células só foi sugerido em 1882, por Walter Flemming.
A teoria celular moderna possui quatro conceitos fundamentais:
- A célula é a menor unidade de vida.
- Todos os seres vivos pluricelulares foram originados de uma única célula, o zigoto.
- Todas as células surgem de outras preexistentes.
- As reações metabólicas dos seres vivos ocorrem nas células.
Tipos de células
As células são constituídas basicamente por algumas partes. Uma delas é a membrana plasmática que envolve completamente a célula e seleciona o que entra e o que sai de dentro dela.
O citoplasma é uma substância gelatinosa onde são encontradas moléculas, partículas e várias organelas ligadas ao metabolismo da célula.
E, também, possui o material genético, que pode ou não estar organizado dentro da célula, isso faz com que elas sejam separadas em dois grupos: células procariontes e células eucariontes.
Células procariontes
Nas células procariontes existe uma membrana plasmática, o citoplasma e o material genético que é chamado de nucleoide porque ele não é delimitado por uma membrana.
Além de não ter envoltório nuclear, também não existe um sistema de endomembranas, ou seja, organelas envolvidas por membranas. Essas são as principais características das células procariontes.
Os organismos procariontes são unicelulares, esse é o caso das bactérias.
Células eucariontes
As células eucariontes possuem a membrana plasmática, o citoplasma e o material genético envolvido em uma membrana, formando um núcleo individualizado chamado de carioteca.
Nessas células existe o sistema de endomembranas que formam organelas complexas que são revestidas por membranas como os retículos endoplasmáticos, o complexo golgiense e as mitocôndrias.
Os seres eucariontes podem ser unicelulares ou pluricelulares, são seres muito mais complexos e geralmente as células estão organizadas de acordo com a função que desempenham no organismo.
Veja exemplos de célula eucarionte animal e célula eucarionte vegetal:
Partes da célula
A membrana plasmática é uma estrutura fina e semipermeável que dá forma e protege o conteúdo celular. Ela atua como um filtro, selecionando substâncias que entram e saem da célula, processo chamado de permeabilidade seletiva.
O citoplasma ocupa quase todo volume interno da célula. Em células procarióticas ele é formado por uma matriz rica em água e que contém pequenas moléculas, proteínas, substâncias, RNA e ribossomos.
Nas células eucarióticas ele é formado pelo citosol, uma solução aquosa que contém pequenas moléculas, enzimas, aminoácidos, RNA, bases nitrogenadas, alguns açúcares, metabólitos, ribossomos, íons orgânicos e vesículas citoplasmáticas contendo lipídios e glicogênio.
As organelas estão imersas no citoplasma das células. São elas:
- Mitocôndrias: maior produtora de energia para as células através da respiração celular.
- Retículo endoplasmático liso: transporta aminoácidos e sintetiza lipídios, carboidratos e alguns hormônios.
- Retículo endoplasmático rugoso: contém ribossomos aderidos a sua membrana, sintetiza e armazena proteínas.
- Ribossomos: envolvido na síntese de proteínas.
- Lisossomos: realiza a digestão intracelular.
- Complexo golgiense: também chamado de complexo de Golgi ou aparelho de Golgi, ele sintetiza secreções celulares e polissacarídeos.
- Peroxissomos: decompõe substâncias tóxicas.
- Plastídeos: organelas exclusivas das plantas que fazem reservas de substâncias ou pigmentos, podem ser do tipo amiloplasto que reserva amido, cromoplasto que reserva pigmentos e cloroplasto que armazena o pigmento fotossintetizante clorofila.
- Centríolos: compõe o citoesqueleto e são importantes para as divisões mitóticas.
O núcleo contém todo material genético da célula, o DNA. As divisões celulares são iniciadas no núcleo e ele é o comando central de tudo que acontece na célula.
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